domingo, 16 de setembro de 2012

Atitude... é o combustível necessário para começar


Ok.. Muito bem. Essa sou eu no mês de junho de 2012. Feliz e contente passeando pelo Elevador Lacerda e visitando o Pelourinho. Se observarem bem estou um tanto gordinha (72 quilos).
Claro que eu mais que ninguém já tinha notado que os quilos estavam se apoderando de minha pessoa, tomando gosto em habitar no meu corpo tanto que eu até tentei  me livrar deles mas eles não desistiram de mim e fizeram de mim seu "lar-doce-lar".
Mas como todo morador indesejável eu decidi que precisava me livrar daquele invasor que nada de bom  estava me proporcionando. Inquilino indesejável que só me colocava para baixo e me trouxe consequências terríveis. Dores nas articulações e de repente aos 44 anos tudo me doía e eu parecia uma velha queixosa. Sentava e quando me levantava era um tal de ai meu joelho, ai meu quadril, ai meu ombro e minha coluna então.. nossa! É muito deprimente estar se sentindo ativa e cheia de vida e o instrumento mais precioso que possuia para me ajudar a ir e vir estava tão largado, tão recauchutado.
Minha máquina chamada corpo humano estava se deteriorando e o pior é que eu estava lúcida e colaborava com esse processo! 
Tudo bem que não engordei a toa... no fim das contas os quilos são resultado de vários sentimentos e pensamentos ruminantes que me acompanhavam ...e que assim como os quilos extras esses pensamentos não me levariam a lugar nenhum a não ser uma depressão e atos impensados que me fizeram acreditar que eu queria ser gorda e feliz!
Esse sentimento se apoderou e fortaleceu em mim  após uma consulta que tive com o cirurgião plástico - o mesmo que eu iria fazer uma lipoaspiração em 2008 - ocasião em que me encontrei grávida de Dante e suspendi o projeto- Ele me informou que uma lipo não solucionaria mais meu problema de "pneuzinhos laterais" e que eu deveria escolher entre uma cicatriz e os transtornos que tenho ou a conviver e aceitar meu corpo. Depois disse que agora aos 44 anos de idade o procedimento não seria uma simples lipoaspiração e sim uma cirurgia plástica total do abdômen. Gelei! E decidi que não me submeteria a uma cirurgia desse porte.

Claro que essa foi a melhor desculpa que achei para justificar a minha compulsão pela comida - uma plástica eu não faria - ainda mais depois de sofrer com os pontos das cesarianas dos partos de Marianna e Dante.

Já que não tinha remédio, remediado estava. Comi tudo que bem quis, bebi sem restrições e achei que estava feliz sem me preocupar tanto com a balança como tinha passado minha vida adulta inteira. Era a primeira vez que me permitia comer livremente sem culpa. (eu disfarçava a culpa mas ela sempre existiu). Esse período durou dois anos  foi quando comecei a desistir de mim e sofri vários transtornos na minha vida. No campo emocional, no campo profissional e na minha vida social. Nada me dava prazer, nada me deixava feliz. Nada me satisfazia ao ponto de eu parar de comer as besteiras que comia para me entregar a outros sentimentos, prazeres e emoções.
Enfim, tudo estava desorganizado na minha vida e em todos os campos.
Viajei . Fui a Itália e Suíça - ótima oportunidade para comer muito, beber muito e me entregar aos exageros considerando que eu estava de férias de tudo os excessos eram permitidos. Hoje compreendo que tudo não passava de uma fuga.

Decidi dar uma guinada na minha vida e comecei a botar ordem na casa. Tive essa atitude porque nunca fui uma pessoa depressiva e estava me vendo sem vontade de mais nada.  A única pessoa que me fazia sorrir e que eu ainda me dedicava com certa paciência era meu pequeno príncipe. No mais tudo estava ameaçado. Queria mudar radicalmente minha vida e fiz uma coisa que só outro dia assistindo a um filme entendi a proposta. Eu estava com o "nariz quebrado"(ou seja minha vida) e segundo o filme, para consertar um nariz quebrado é preciso quebrá-lo novamente e não se quebra um nariz com carinho e cuidado, é preciso força e coragem.

Busquei ajuda de profissionais que tivesse a capaciade de me guiar e me orientar.Pois de fato estava desorientada.  Fui a um centro espírita, comecei uma terapia e fiz massagens que trabalharam a energia do meu corpo. Esse trio de ações mexeram muito comigo, bagunçaram muito minha cabeça até que eu pudesse começar a enxergar a vida sob outra ótica e então passei a conhecer meus limites, minhas vontades e o que cada sentimento que sentia significava para mim. Foi um tempo difícil, pensei que fosse pirar de vez. Tomei decisões radicais, disse coisas que jamais imaginei que tivesse coragem de dizer, libertei meus sentimentos, aceitei minhas fraquezas, me posicionei frente as coisas que não concordava sem medo, sem me sentir refém. Minhas relações eram baseadas em turbilhões de sentimentos confusos e aos poucos com a ajuda de Deus, da minha terapeuta e da minha capacidade de encarar os problemas as nuvens cinzas que me rodeavam foram se dissipando e comecei a me aceitar como sou e só a partir dai aceitei os outros com todos os sentimentos, limites e diferenças.
Resumindo: Me sinto fortalecida e não tenho medo de enfrentar qualquer situação. Sou uma mulher madura e responsável pelos meus atos e ações - mas descobri principalmente, que sou humana e posso me dar ao direito de ser forte, fraca, emocional, racional dependendo das circunstâncias.

Depois de resolvido os transtornos internos tratei de melhorar os externos. Cortei os cabelos como nunca havia cortado antes: curtos.


Adorei a mudança e me senti livre e capaz de transformar-me.
Segundo passo: Comecei a cuidar de mim tanto no plano estético quanto e, principalmente, no campo da  saúde. Procurei  ajuda de profissionais e estou fazendo um tratamento de saúde com foco na qualidade de vida, reeducação alimentar e perda dos quilos extras.

Adquiri hábitos saudáveis, alimentação de qualidade orientada por uma nutricionista e passei aingerir água, muita água. Participo de grupos de terapia, faço atividade física com acompanhamento de um profissional, faço exames laboratoriais para acompanhamento e controle. 


Hoje estou me sentindo muito bem comigo mesma, com meu corpo e com os princípios que estabeleci  para conduzir a minha vida. Claro que de vez em quando fico um tanto preocupada em estar fora de casa (ginástica, grupos, minhas amigas, etc) e deixar filho e marido sozinhos, mas aprendi que para encontrar nosso bem estar e ser feliz uma dose de egoísmo branco - aquele que nos permite cuidar da gente sem culpa é imprescindível. 
Estou me melhorando e cuidando de mim para que eu esteja sempre inteira e completa nas minhas relações -sem culpas e sem poréns.


ANTES                                                         
DEPOIS DE DOIS MESES

 Inicio do tratamento: 19 de julho de 2012 ( sexta-feira) 72.2 k
Manutenção 21 de setembro de 2012 60 k












2 comentários:

Alice disse...

Márcia, poucas pessoas sabem exatamente o que querem fazer da sua vida, ou seja, não sabe que direção seguir. Acredito que o caminho da fé, da saúde e do estar bem consigo mesma é um caminho sem volta. Escolheu bem e teve atitude de melhorar o que não estava bom, ao invés de se lamentar e nada fazer. Parabéns!

Anônimo disse...

Se fosse fácil não valeria a pena, se fosse fácil não seria uma vitória. Força e coragem! É isso ai!