segunda-feira, 30 de junho de 2008

DIVAGANDO devagar



Às vezes, por diversas horas fico pensando nas centenas de coisas que gostaria de escrever sobre meu modo de ver a vida e de encarar o mundo. Mas todas as vezes que penso em escrever me preocupo com quem irá ler e nas possíveis interpretações que poderão surgir e isso me impede de expressar meus pensamentos. Pode parecer bobagem minha. E se ninguém ler ou se ninguém perder tempo em "interpretar"???? Mesmo assim, sinto-me travada.
Penso em escrever sobre coisas e fatos que nada tem a ver com a minha vida. Outras vezes sobre mim.
Hoje por exemplo estive pensando no porquê da minha insônia. Por que tantos pensamentos rondam minha mente e me impedem de dormir já que gosto tanto de dormir.
Já fiz terapia uma vez e me foi dito que o pior tipo de pensamento é o pensamento ruminante.
Olha o que encontrei sobre esse pensamento e que se encaixa perfeitamente naquilo que quero dizer: " Quase todos nós somos acometidos por pensamentos ruminantes em algum momento de nossas vidas. Problemas em família, discussões no trabalho e situações aparentemente sem solução impulsionam nossa mente a funcionar incessantemente e de forma repetitiva. É como se entrássemos numa roda de hamsters e nos puséssemos a rodar.Isso mesmo, é como se o pensamento obsessivo rodopiasse em nossa mente formando um turbilhão mental incessante, fazendo-nos rever uma mesma cena interminavelmente, encontrar respostas maravilhosas que na hora H não nos ocorreram, imaginar atitudes que não fomos capazes de ter, rever um olhar crítico que nos foi dirigido durante a reunião no trabalho, ou então, lembrar seguidamente de uma frase irônica dita a nosso respeito. Enfim, argumentamos e contra-argumentamos sem dar tréguas à nossa mente.Este processo mental obsessivo e descontrolado normalmente acarreta efeitos desagradáveis:- falta de paz de espírito- insônia- sono interrompido por pensamentos- incapacidade de acompanhar um diálogo real por estar travando um outro diálogo internamente- cansaço mental- esgotamento- sensação de cabeça cheia- dor de cabeça- dificuldade de concentração no aqui e agora"(Por Laura Fonseca)

E que pensamentos são estes que têm me tirado o sono?
Bom, poderia enumerar alguns nos últimos meses, entretanto, tem um que mais me assusta.
Penso no meu presente. É no meu estado presente, nem passado e nem no futuro, no presente.
Hoje. Agora. Grávida.
Vejo as coisas acontecendo em minha vida e é como se eu estivesse sentada só observando...
Sinto que muitas coisas vão mudar e nao me sinto preparada para tantas mudanças.
Precisava ter tido tempo... quanto tempo mais que quase 20 anos pra me preparar? Que loucura é essa?!
Precisava encarar que sempre desejei ter outro filho? Sim. Já tentei encarar e já me lembrei de algumas vezes pensando e sonhando com essa situação. Mas, sabe aquela sensação de que tal coisa ou fato jamais te aconteceria novamente. Cheguei a pensar uma vez que eu naõ merecia tamanha benção, veja só? Por que não mereceria se fui uma boa mãe para minha filha?
Elocubrações = pensamentos internos.

Amo essa criança que cresce em meu ventre. Sinto-a e não consigo conceber a idéia de não ter mais "esse momento" na minha vida.. algumas vezes pensei: e se por alguma razão eu a perdesse, sei lá por que motivos, tenho 40 anos, etc....? O que eu faria....? Hoje, juro que eu iria querer engravidar novamente, não iria me sentir aliviada ou menos preocupada...esse espaço de ser mãe novamente foi aberto e não consigo me ver mais sem esse momento... Teria outro filho, engravidaria e se naõ conseguisse eu adotaria um bebê, porque ser mãe hoje, neste momento presente faz parte da minha vida e assim sou feliz.

Deus me abençõe e abençoe meu filho ou filha.... ele já é razão suficiente para eu ser quem sou: A MULHER E MÃE MAIS FELIZ DESTE MUNDO!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

O poder do toque.

Por que algumas pessoas são ariscas ao toque?

Por que eu sou arisca?

Sempre fui considerada pelos meus amigos uma pessoa arisca. E o que vem a ser uma pessoa arisca? Arisca é aquela pessoa que se esquiva de toques e que não gosta muito de contatos físicos (fora de um contexto é claro?)! Eu sou muito comunicativa e gosto de estar com meus amigos e amigas o que não gosto muito é de chamegos, alisamentos e beijos jogados ao léu. E todos sabem disso, alguns estranharam um pouco, outros tentaram forçar a barra algumas vezes e outros já sabendo, não ficam me pegando o tempo todo. Confesso que algumas vezes queria ser mais carinhosa com relação a tocar nas pessoas, mas a resistência é mais forte que esses lapsos de vontade e continuo seguindo igual..sem toques. Associo esse meu jeito a maneira como fui criada. Minha mãe e tão pouco meu pai foram de muito chamegos. Cresci aprendendo a respeitar, a ouvir, a conversar e a entender que muita “lambeção” como diz minha mãe não é sinônimo de amar mais ou amar menos. E também confesso que nunca me considerei carente de amor mesmo não tendo esses contatos físicos todo que vejo hoje em dia entre minhas amigas e entre mães e filhos(as). Penso que Marianna sofre um pouco com esse meu jeito e, por diversas vezes, por ela, eu tentei melhorar um pouquinho e faço um dengo aqui e outro ali. Ainda assim acho que ela sente falta. Tento suprir essa minha falha de outra maneira, sendo compreensiva com as dormidas dela na casa do namorado e vice-versa, deixando-a viajar sozinha, demonstrando confiança, sendo um pouco amiga ao invés de puramente mãe. Bom, onde quero chegar com tudo isso? Na minha gestação aos 40 anos.Trabalho em uma empresa que 80% do quadro é formado por mulheres, 60% são minhas amigas além de colegas de trabalho e a grande maioria tem respeito ou admiração por mim. Dito isso, quero registrar que são várias mulheres o dia inteiro me encontrando e falando as seguintes frases: “ Bom dia mamãe”, “ E ai, barrigudinha? Td bem?” “ Nossa! A barriga já esta aparecendo!” etc etc etc .E eu acabei de completar três meses.( kd a barriga?) Sem falar nas demonstrações de carinho, ou seja, me alisam, passam a mão na minha futura barriga, me param e ficam me admirando como se eu fosse um ET.... Isso tudo é muito engraçado e estranho. Por mais que eu queria parecer simpática sinto que minhas caras e bocas me traem e fico rindo de canto de boca. Não é que me incomode esse carinho todo, mas é que o meu jeito natural de ser está sofrendo e em conflito. Preciso deixar de ser tão arisca. Preciso me deixar levar e aprender que abraçar, tocar o outro pode ser prazeroso. Mas preciso dizer também é difícil para uma mulher como eu! Espero conseguir vencer mais essa etapa na minha vida! Aprender! Mais e mais a cada dia e me tornar um ser humano melhor. Quero suprir meu bebê de atitudes que não fui capaz de oferecer a Marianna porque sei que pelo pai, pela irmã e pelas tias esse bebê será muito tocado, acariciado e eu não quero ficar de fora desta vez ! Desejo que eu aprenda tanto que vença as barreiras com Anna, com minha mãe e com minhas amigas e amigos que amo tanto!

Tudo ao seu tempo!

Márcia Santos - Junho/08

quarta-feira, 18 de junho de 2008

AMIGOS PARA SEMPRE! UMA PEQUENA AMOSTRA!


Meus amigos adoráveis!
Meus amigos presentes (cada um a sua maneira)
Meus tesouros!
Meus irmãos por opção!
Minhas inspirações!
Meus companheiros!
Meus cúmplices!
Amigos são jóias raras, sou milionária neste campo, tenho várias jóias as quais cuido e conservo!
Amigos, voces, cada um de vocês tem uma parcela de responsabilidade em tudo de bom que conquistei nesta vida!
Sem vocês a minha vida não teria tido a menor graça!
Obrigada Tanzinha pelos momentos de cafézinhos e segredos; Obrigada Jack, mesmo distante nunca me esqueci de tudo que vc sempre representou para mim, uma verdadeira irmã; Obrigada Myrla pode ser nova no grupo, mas obrigada por ter tornado a vida do meu amigo Gugu tão maravilhosamente feliz e pelo seu carinho e atenção comigo também (independente dele rs), Obrigada Augusto que sempre foi e sempre será meu irmão mais velho, meu companheiro de todas as horas; Obrigada Fátima, minha irmã mais ciumenta e carente e tão adorável que tenho prazer em estar junto; Obrigada Denise pela confiança e pela amizade, pelo carinho e pelos cuidados comigo; Obrigada Mariane minha amiga e comadre, pela confiança que sempre depositou em mim e pelo companheirismo e solidariedade; Obrigada Nilza por estar sempre por perto querendo fazer algo por alguém ou por uma de nós, pela sua atenção com minha família; Obrigada Sandra amiga de todas as horas e de ânimo, como eu costumo dizer, somos muito parecidas, porém diferentes, vc é uma irmã com evolução espiritual rs; Obrigada Lucinha por ontem , hoje e sempre, pela amiga que se mostrou quando nem bem me conhecia direito, pelo carinho, pelos dengos e "golpes"; Obrigada minha querida amiga Rita, tão dedicada, delicada e tão presente na minha vida.
Obrigada Deus por ter iluminado meu caminho com essas estrelas e ter me dado a oportunidade de continuar junto a elas.... Amo todos voces, respeito cada individualidade e admiro a todos como meus irmãos queridos. Saibam que aprendi muito nesta vida um pouquinho com cada um!
Tenho outros tantos amigos que não citei neste momento, mas que não são menos importantes: Jaqueline Érrico, Karla, Marly, Jocy, Narinha, Tércia, Tati, Jana, Pio, Júlia, Val, Marlene, Marisa, etc........

domingo, 15 de junho de 2008

Amizade, para que serve mesmo?

Serve para rirmos e para chorarmos juntos,
Para nos fazer crescer, para nos mostrar nossas fraquezas.
Serve também para nos deixar a vontade, para que possamos ser nós mesmos sem reservas.
Ter amigos significa ter amor de graça e incondicional.
Meus amigos fazem parte da minha vida e são como partículas do que me tornei ao longo dos anos em que convivo com cada um deles.
O que poderia falar de cada um desses representados pela foto acima?
Começando por Tan. Essa é uma figura rara, melhor dizendo, raríssima. Tan apareceu na minha vida em 1994 quando eu estava procurando um lugar para morar. Ela era conhecida de Jackeline, amiga minha de Jequié que morava aqui em Salvador e que me deu a mão quando precisava me re-estabelecer. Fomos morar todas juntas: eu, Jack, Tan, Inês Marisa e Vânia. Todas vindas do interior e buscando oportunidades na capital. Morávamos em Ondina no Edf Ondina Surf, nem preciso dizer que era perto da praia. Dividíamos o mesmo quarto eu e Jack que era mais chegada a mim que as outras. Foram meses maravilhosos e divertidíssimos os que passamos juntas. As meninas todas solteiras desbravando as noites em Salvador. Na época Tan já era uma perua total. Trabalhava em uma loja como vendedora, mas detestava trabalhar como tal. Tan nasceu para ser rica é toda chique, adora comprar coisas e adora organizar uma casa. Adorava roupas de marcas e perfumes franceses e os tinha, não me perguntem como?! Eu a achava hilária, totalmente despreocupada com a vida. Aliás, eu era a única que tinha com o que me preocupar ( eu já tinha Marianna). Enfim, Tan era uma figura porque Jackeline vivia perturbando-a com relação às contas que ela de algum jeito honrava.... Porém, dias vão, dias vêm e nem me lembro bem Tan voltou par Santo Antônio de Jesus e passou uma temporada por lá. Nesse meio tempo, mudei de apartamento e fui morar sozinha, do outro lado da rua no Edifício Pedra da Sereia. O mundo deu voltas e Tan acabou me procurando um dia lá no meu trabalho, estava deprimida e angustiada, nada dava certo para ela e foi então que com o meu jeito compreensiva a ajudei com minhas palavras nada suaves e realistas. A partir de então eu sabia quem era e como era Tan e ela a mim e nossa amizade se fortaleceu dentro do maior respeito pelas diferenças. Tan voltou a morar comigo e nunca mais conseguimos nos afastar muito tempo. Hoje ela mora na Suíça e tem uma filha que é minha afilhada. Sou amiga e irmã de Tan. Somos confidentes e confiantes .... Já rimos e já choramos muito juntas por inúmeras razões.. O mundo parecia não compreendê-la e às vezes só ela em seus devaneios conseguia me compreender também. Ainda hoje puxo suas orelhas de vez em quando, pois Tan é uma eterna sonhadora e romântica, e de uma coisa tenho certeza ela não vai mudar nunca!


sábado, 14 de junho de 2008

FRAMBOESAS FRESCAS?


Por que um blog com esse título? Algumas pessoas já me perguntaram sobre isso, então lá vai uma resposta nada técnica mas a real razão de tê-lo escolhido.
Para começar a pronúncia "Framboesas Frescas" já considero refrescante. O "frrrrr" dá uma sensação de frescor, de natureza, de delicia! Não me peça para explicar também as sensações, porque ai também já é demais também...rs
Depois porque acho framboesas um luxo! Quase nunca, principalmente aqui na Bahia, as encontramos nas esquinas, são frutinhas raras e chiques. Framboesas tem um certo glamour, coisa que é a minha cara!
Tem também o lance da cor... é muito viva, muito intensa e muito deliciosa!
Bem, o nome do meu Blog era justamente para não ser um nome óbvio, detesto ser óbvia, apesar de o ser muitas vezes. Penso que ninguém jamais iria procurar os assuntos que abordo num blog com esse título. Parece mais de culinária, sobre sobremesas ou coisa que valha.
Mas, framboesas frescas também me remete ao filme " Tomates verdes fritos" quer nome mais diferente para título de um filme e é um filme lindíssimo por sinal vale a pena confereir...
Bom, espero não ter frustrado ninguém com minha explicação simplória, porém verdadeira.
Desejo que todos tenham direito a uma tigela bem cheia de "framboesas frescas" na vida e que saibam usufrir.
Beijos doces e vermelhos!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Saudades....


Hoje em especial estou sentindo uma saudade diferente! Uma saudade de minha mãe, da minha irmã, do meu pai, do meu irmão Beto... Acho que estou com saudades da minha casa em Guaianases, na Rua Vicente Diório , 204. Saudade do cheiro da loção de barbear (barata) do meu pai.. saudade de passar a mão nos frisos da colcha de chenile de minha mãe... saudade de correr no quintal atrás do Beto para emurrá-lo por ter me pertubado com algumas de suas peraltices.... Saudade de ver Cris sentadinha sobre uma toalha na frente do quintal tomando um solzinho matinal... uma carinha tão fofa e os cabelos cheios de cachinhos dourados ao sol. ela ficava pegando as pedrinhas e atirando em mim e no Beto. Saudade de ganhar os 10 centavos de meu pai para lavar o seu fusca verde. Saudade de subir no pé de ameixa e colher algumas madurinhas... Posso sentir o cheiro das folhas...posso sentir o medo de cair lá do alto.... e posso ver a casa de D. Nenzinha, com um árvore muito maior e com muito mais ameixas maduras.Mas, quem ousaria subir no telhado, correr o risco de quebrar um telha e levar a maior surra de mãe.
Posso sentir o frio de dentro de casa das manhãs de inverno... o cheiro do café da D. Nide e a pia cheia de louça pra eu lavar, faça sol ou faça chuva. Meu Deus, e eu era tão pequenininha, tinha até um banquinho para alcançar a pia....Sinto saudades da mesa grande de fórmica branca, usada tanto para as refeições quanto para os cortes das costuras de minha mãe.

Posso sentir o cheiro da minha casa, da minha infância. Posso sentir o sabor das tubainas, o frio do saquinho de leite gelado que trazia da padaria. Posso ouvir os assovios do meu pai cantarolando alguma coisa enquanto mexia e remexia nas suas ferramentas na garagem... Posso ouvir o barulho da overloque de minha mãe que vem do fundo do quintal... ouço até seu grito me chamando: "Marcinha, me trás um café ... quente viu?!.....
Éramos uma família normal, morávamos no subúrbio, longeeee...mas éramos felizes.... posso sentir os resquícios dessa felicidade até hoje quando me permito sentir saudades, quando me permito ficar com um nó na garganta ao me perguntar hoje: Onde está minha Pio.. onde está meu pai... cade o Beto... ??? Só restou- me minha mãe. Poderosa, forte e insubstituível.
Minha mãe! Essa nunca se afastou de mim, essa sempre vivenciou todos os outros momentos da minha vida que também sinto saudades...Porque todos os anos que se seguiram desde a minha infância minha mãe estava ali. Atriz principal e eu coadjuvante dos seus ensinamentos e da sua sabedoria em conduzir a vida.
Aprendi a ser uma pessoa melhor porque tenho a mãe que tenho. Porque não dei valor a ela apenas após ser mãe, mas desde quando me descobri gente e percebi que só sou alguém porque tive D. Nide como mãe.

A saudade vai me acompanhar durante muitos anos, as lembranças vão mudando de casa, de cheiros, de rostos...mas nunca de valores. Para mim Pio vai ser sempre minha irmazinha, Beto sempre o trapalhão, meu pai sempre meu herói ( aposentado) mas meu herói e minhas lembranças serão sempre meu maior tesouro.

Cenas dos próximos capítulos: Márcia e seu bebê.