quarta-feira, 23 de maio de 2012

Pais e filhos - Laços de família






Visitamos nosso pai e nosso irmão em São Paulo.
É sempre muito bom rever as pessoas que fizeram e  fazem parte da nossa vida. Que de uma forma ou de outra são responsáveis por quem somos ou pelo que nos tornamos. Às vezes os laços de sangue falam alto e tocam o coração. Outras vezes eles simplesmente existem e pronto. Parece que não fazem diferença o tempo, a distância e as diferenças...
Muitas vezes imaginamos o reencontro. Planejamos e ensaiamos o que gostaríamos de dizer. 

E infelizmente, nada acontece para que possamos colocar em prática as palavras ensaiadas, os gestos de carinho, a fala sobre a saudade... Algumas vezes isso não é possível. Não se tem o clima, naõ se acha a brecha necessária para a aproximação...

Pai, foi bom te ver bem. Foi bom saber que o senhor é bem cuidado e amado pela família que escolheu.
Acredite. Te observei e nos observei e te vi distante. Na verdade acho que nunca esteve próximo eu quem criei essa aproximação por sentir a necessidade de ser necessária.
Você sempre esteve no seu mundo e com as pessoas que escolheu para estar por perto. Percebi depois de tanto tempo que nós estamos sim muito distantes e afastados.
Se eu fosse pedir desculpas por algo que te fiz nessa vida pediria desculpas por insistir e por não ter desistido de você. Hoje sinto que te incomodei ao invés de te dar alegrias. Sinto que invadi seu espaço, seu território e te expus a ser quem nem se lembrava mais que precisava ser: meu pai. Lamento muito.
Mas, tudo na vida tem um lado positivo e o lado bom dessa minha insistência é a de que "te resolvi" na minha cabeça e no meu coração. Fiz o que achei que deveria ter feito. Te procurei. Te amei - te validei como meu pai. Não nego que sinto muito que você tenha se incomodado com minha presença imposta. Perde-e me.

Ah.. e se não bastasse minha presença imposta ainda quis te surpreender e levei comigo sua filha caçula. Filha que voce não via há mais de 16 anos - que deixou menina e reencontra mulher - e quantas palavras foram trocadas depois de todos esses anos?Quantos abraços foram trocados. Carinhos e toques de reconhecimento. Você queria esse reconhecimento? Desculpe-me esqueci de te consultar. Mas também se eu não me dava conta da minha invasão como poderia imaginar o que você sentiria com a presença da sua filha mais nova e seu neto...?

Acredito que no final das contas esse reencontro foi muito bom para mim e para Cris. Resolvemos essa pendência em nossos corações. Na condição de irmã mais velha de Cris fiquei muito decepcionada com você, afinal eu sempre fiz uma campanha enorme para ela te encontrar, para ela esquecer as mágoas do passado, para ela relevar...e de longe eu te observava indiferente a nossa presença.... É difícil eu me decepcionar, já que não crio muitas expectativas - mas dessa vez criei. Confesso! 
Te ver tão distante foi no mínimo cruel.

Enfim, fizemos como o beija-flor. Fizemos a nossa parte. Estamos em paz com nosso coração e nossa consciência. Desejo de coração que o senhor possa estar também.
FIM!
Hora de virar essa página!










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