quinta-feira, 15 de maio de 2014

Afinidades...

AFINIDADES

"Afinidades é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.
A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado, penetrante dos sentimentos.
É o mais independente também, e não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.

...
Quando há afinidades, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar, existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.
Afinidade é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Não é sentir, nem sentir contra.
Nem sentir para...
Nem sentir por...
Nem sentir pelo...
Afinidade é sentir com.
Sentir com é não sentir necessidade de explicar o que esta sentindo.
É olhar e perceber....
É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas, quantos nas impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida." -


 Artur da Távola

 

 

Nenhum comentário: